Antes da reforma protestante, outros movimentos se levantaram contra a Igreja Católica, e entenderem que algumas das práticas da igreja eram divergentes da bíblia. Um dos movimentos conhecido como pré-reforma foram os Valdenses liderado por Pedro Valdo que traduziu a bíblia para uma linguagem popular, mesmo não sendo sacerdote, ousou a pregar livrevemente a bíblia e a acreditar que todos os fiéis deveriam ter a sua própria bíblia, prática que era contrario aos princípios da Igreja Católica, pois segundo a sua doutrina, somente sacerdotes estavam habilitados para ler a bíblia e realizar as missas em latim. Os fiéis eram obrigados a acreditar no que os sacerdotes falavam sem poder usar a bíblia para comparar o que ele falava.
A história conta que o papa Leão X concedeu indulgência para os fiéis que contribuissem com a construção do templo Basílica de São Pedro em Roma, nessa mesma época qualquer pessoa poderia comprar as indulgências para si ou para um parente já morto,dessa maneira a famosa Basílica de São Pedro foi erguida sob os pilares das indulgências.
Em pleno século XXI, estamos percebendo a volta das indulgências, praticada sob uma roupagem diferente, mas com a mesma e velha essência. A diferença é que na indulgência moderna, algumas igrejas e pastores vendem prosperidade, e utilizam a palavra de Deus como pretexto, usando texto fora de contexto afim de corroborar a pratica como sendo um princípio bíblico, estes se tornam escândalos para a palavra de Deus, mas ai daquele pelo qual vem os escândalos (Lc 17.1). Paulo em carta aos gálatas diz que ainda que ele mesmo ou um anjo vindo céu pregue outro evangelho além do que é anunciado seja considerado anátema (maldito) (Gal. 1.8), se o apóstolo dos gentios alerta aos gálatas para que os gálatas não creiam em outro evangelho, quanto mais nós neste século não devemos estar alertas quanto ao que se tem pregado. Se na época dos apóstolos haviam quem pregasse outro evangelho, ainda mais hoje?
É interessante observar as semelhanças entre a velha indulgência e nova indulgência:
1) Na velha indulgência a salvação e o perdão do pecado eram vendidos através das contribuições dos fiéis. Na nova indulgência, o fiel é convidado a semear com fé para colher cem vezes mais em prosperidade, em bênçãos sem medida, e quando não conseguem a promessa ou são culpados por estarem em pecado ou por não terem fé suficiente.
2) Na velha indulgência os sacerdotes eram os únicos autorizados a pregar a palavra de Deus, que era. Na nova indulgência alguns pastores acreditam ter exclusividade na pregação da mensagem e ainda se sentem perseguidos e injustiçados quando confrontados pelos cristãos. Mas a bíblia nos ensina que devemos julgar a profecia e o profeta e ver se o mesmo vem de Deus (Dt 18.20-22; 13.1-3). Por que então o desconforto quando são confrontados? Se são de Deus não tem o que temer, nem de serem confrontados.
3) o Latim era a língua oficial da velha indulgência e somente o sacerdote havia habilidade para interpretar a língua. Em alguns movimentos evangélicos é possível notar uma linguagem própria, como a linguagem da fé, da prosperidade, da bênção, das riquezas etc. e somente alguns pastores tem essa capacidade.
Devemos ser prudentes e usar a bíblia como um instrumento valioso. Assim como a bússola é um instrumento essencial para o navegador, a bíblia é a bússola do cristão, logo, um instrumento essencial na caminhada de fé, é a palavra de Deus que nos dá a direção correta e não nos deixa ser enganado por qualquer evangelho. Leve a bíblia para os cultos e acompanha o que o pastor fala, veja se é verdade o que esta sendo pregado. Assim como Lutero defendeu a salvação pela graça e não por merecimento ou por obras, recebemos de graça e devemos dar de graça, pregando a salvação gratuita para todos aqueles que creem em Jesus.
Que nosso Deus de amor e graça nos de paz e sabedoria nesses tempos difíceis.
Graça e Paz.
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