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Divórcio II

Conversando com um casal de amigos surgiu a seguinte questão! Uma pessoa que se separou do primeiro casamento, deixando filho e mulher para constituir uma segunda família diante de Deus. Mas qual é a verdadeira família dessa pessoa?

No primeiro momento respondi prontamente que a primeira família é a verdadeira, a original, usei como argumentação que o divórcio não estava no plano original de Deus para o homem e a mulher, mas que, por causa da dureza do coração do homem ele permitiu o divórcio (Mc 10:4).

Entretanto se pensarmos dessa maneira estamos sendo legalista, pois Deus na sua infinita misericórdia, benignidade e graça pode fazer com que a segunda família seja muito mais abençoada que a primeira. Isso não quer dizer que por este motivo temos a justificativa para largar esposa e filhos do primeiro casamento para tentar ser feliz no segundo casamento. Não estou dizendo e nem criando justificativas para um segundo casamento, estou apenas analisando o que aconteceu com o Davi, homem que segundo o coração de Deus, segundo a bíblia, mas que foi adúltero e assassino (2 Sm 11). Sabemos que pela lei, tanto Davi quanto Bate-Seba deveriam ser apedrejados até a morte, mas não foi isso o que aconteceu? Porquê ambos não foram mortos? Ahhh! Porque era Davi, o rei de Israel. Quem sentenciaria o rei a morte?



Se um homem cometer adultério com a mulher de outro, ele e a mulher deverão ser mortos. Lv 20:6

Em plena vigência da lei de Israel, como deixaram escapar uma coisa dessas, Davi e Bate-Seba eram dignos de morte, assim como nós também éramos dignos de mortes, estando mortos para Deus, Deus nos amou primeiro e entregou o seu Filho Unigênito para que fossemos comprados por um alto preço, e fossemos resgatados para Deus.

Ora, assim como Deus agiu com graça para conosco, Ele também agiu com graça na vida de Davi, mesmo no caso do adultério com Bate-Seba. Não quero com isso afirmar que devemos fazer coisas ruins ou o que é errado para sermos justificados pela graça de Deus, não me entendam mal, mas o que quero dizer é que graças a graça de Deus, é que fomos justificados, e vejo o mesmo acontecendo no exemplo de Davi  e Bate-Seba, assim também pode ser o segundo casamento, que pela graça de Deus pode ser muito melhor e mais abençoado que o primeiro. Alias, pela própria palavra de Deus, podemos ver que Salomão, o homem mais sábio que existiu, foi fruto da união de Davi com Bate-Seba, e a bíblia diz que Deus amou o fruto dessa relação (2 Sm 12:24-25).

E agora? se pensarmos como legalista, entramos em choque ao lermos este texto, como pode Deus amar o fruto de uma relação que começa errado? é assim que muitos pensam, eles não estão na benção, não podem ser abençoados por Deus. Mas para os filhos da graça, esse texto é motivo para alegria, pois vemos a maravilha ação da graça no velho testamento, e devemos dar glória a Deus por isso, foi por essa mesma graça que fomos resgatado. Isso sem contar que foi dessa mesma linhagem que Jesus Cristo, o filho de Deus, que morreu por mim e por ti, veio ser descendente.

Embora Deus tenha perdoado, Davi teve que assumir as consequências dessa atitude, uma delas foi a morte do seu primeiro filho com Bate-Seba (2 Sm 12:15-18). Devemos ter sempre em mente, que as consequências de casamento rompido ficará sempre em nossa vida, fará parte do passado dessa pessoa, independente do que aconteça, isso não mudará. Você não pode apagar o passado, mas pode fazer com que o seu futuro seja diferente, permitindo que Deus seja o construtor da sua família.

Quando olhamos para esta história com olhos da graça, como fica diferente! Como podemos contemplar a graça de Deus apagando nossos pecados e escrevendo uma história totalmente diferente, mas segundo a sua vontade. Não importo o que fomos nos passado, o que importa é no que seremos transformados nas mãos de Deus.

Graça e Paz!



Comentários

Erlon Andrade disse…
Assunto difícil esse e cada um sabe onde o calo dói!
Anônimo disse…
como pode haver benção se existe pecado ?, uma só poderá se casar novamente quando o outro conjugue morrer, o apostolo Paulo cansou de ensinar isso na Biblia, mas, muito preferem fechar os olhos.

http://www.sograca.com
Kelen Strong disse…
A minha preocupação é com o Corpo de Cristo, principalmente com alguns líderes que, as vezes por falta de entendimento dos ensinos neotestamentários, encontram dificuldade quanto a orientação da membresia na questão da separação conjugal entre cristãos; quando não, por falta de temor e/ou por conveniência, preferem tornar-se cúmplices do divórcio em detrimento do cumprimento ao que está escrito no Evangelho da Graça de Jesus Cristo.
Segundo o Evangelho da Graça, o divórcio concedido por Jesus, só é permitido ao homem que foi traído pela esposa que cometeu relação sexual ilícita. No caso em que o marido é o adúltero e a esposa traída não quer reconciliação (perdoar), a mesma poderá separar-se por ter sofrido a traição conjugal, assim como, por qualquer outro motivo. Entretanto, a mulher separada estará cometendo adultério juntamente com aquele homem que vier a casar-se com ela; pois, segundo o Espírito Santo por meio do apóstolo Paulo, a mulher cristã que optar pela separação conjugal, deverá permanecer só e pura. [ até o fim de sua existência ou quando ocorrer o arrebatamento da noiva de Cristo ] grifo do autor do blog.

QUEM TEM OUVIDOS, OUÇA O QUE O ESPÍRITO DIZ ÀS IGREJAS.
Apocalipse 3. 22

Em Cristo,

***Lucy***

Convido a conhecer e seguir o meu blog... retribuo de volta.

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