Pular para o conteúdo principal

O Livre Arbítrio

  C ontinuando a série de artigo sobre eleição, predestinação e livre arbítrio, hoje estou escrevendo o tema sobre o livre arbítrio e suas implicações com a doutrina da eleição, procurando mostrar que não há contradição alguma nestes dois assuntos.
Para muitos teólogos e cristãos a doutrina da eleição é incompatível com o livre arbítrio, porém sabemos que o livre arbítrio é um ensinamento bíblico, assim como a eleição também, leia o artigo anterior.  Tanto a eleição, quanto o livre arbítrio são verdades bíblicas e não ha nenhuma incompatibilidade ou contradição entre estes dois temas, a não ser pela limitação das nossas mentes.
Precisamos compreender o que o livre arbítrio é a determinação de agir conforme a vontade da nossa mente, mas o ponto de partida sobre o que iremos pensar não vem de nós, mas vem do espírito que habita em nós. Em Rom 8:29,30, aprendemos sobre esse princípio, pois a fé inicial não vem de nós, mas de Deus, nossa tarefas é colocar em prática a fé inicial, que nos move na direção de Deus.

É verdade que agimos conforme nossas decisões, agindo de acordo com nossos pensamos e isto está de acordo com os princípios bíblicos abaixo, mas precisamos compreender que o livre arbítrio como pensávamos não existe, pois nossos pensamos são influenciados pela forma que vivemos, por nossas experiências físicas, psíquicas e espirituais.




"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo." Atos 2:38
Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo. João 7:17

A bíblia nos ensina que a possibilidade de salvação é real para todos os seres humanos, sem exceção, o que só pode ser verdade se todos pudessem crer Rom 8:32.
É por meio do próprio Jesus Cristo que os nossos pecados são perdoados. E não somente os nossos, mas também os pecados do mundo inteiro. 1 João 2:2

A capacidade de crer em Deus é inerente em todos os homens, pois a vontade é a operação da graça de Deus em favor dos eleitos. Então podemos dizer que a vontade de crer é a própria fé, assim como os passos que damos em direção a Deus são concedidas por Ele.

O livre arbítrio é parte integrante da doutrina da eleição, pois o homem torna-se cooperadores de Deus na eleição, sendo agentes cooperadores, executando os planos de Deus através dos  livres pensamentos que nos tornam servos de Deus. Se somos servos, somos escravos e nossos pensamentos refletem os desejos de Deus, e esta é a nossa parte na história, somos responsáveis pelas maldades, pois somos mal, mas pela graça de Deus, fomos alterados, mudados para fazer o que é bom e agradável a Deus.

É através da existência do livre arbítrio que todos nós seremos julgados por Deus, pois ninguém pode ser julgado se não houver opção de escolha. Eleição e livre arbítrio são complementares em si, cada um tem o seu propósito no plano de Deus. Podemos dizer que a eleição é Deus se achegando a nós (graça) e o livre arbítrio é nós nos chegando a Deus, através da vontade de crer nEle, que é a operação da fé inicial que veio dEle, mas nós recebemos, aceitamos e praticamos essa vontade de crer que é a fé em ação.

É realmente dificil conciliar a doutrina da eleição com o livre arbítrio, pois nosso pleno entendimento sobre estas duas doutrinas é apenas parcial. Se mudarmos nosso foco, podemos clarear nossa mente em relação a assuntos como esse. Sabemos que Deus é imutável, eterno, onisciente e que o tempo está contido nEle, Ele é atemporal, não pode ser medido pelo tempo. Baseado nesses principios podemos afirmar que Ele sabe de todas as coisas antes da fundação do mundo, o tempo esta nEle, e que sendo imutável, não pode mudar, logo tudo já foi planejado muito além do tempo, isso não seria compatível com a doutrina da Eleição?

Até breve!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Oração Muda o Coração de Deus?

Nossa oração muda o coração de Deus? É comum ouvir no meio cristão que nossas orações tem poder para criar coisas, para mover ou mudar o coração de Deus e os Seus planos para as nossas vidas? Será isso verdade? Para respondermos a esta pergunta, é necessário respondermos a uma outra pergunta. Como um ser imutável pode mudar de opinião ou mudar os seus planos? A resposta para as duas questões é simplesmente um NÃO. A oração não muda Deus e nem altera os Seus planos, também não pode criar ou mudar qualquer situação. Entretanto a oração muda o nosso coração e nos aproxima faz aproximarmos mais dEle e a também ficar no centro da sua vontade, ficando conforme a sua soberana vontade. Deus é imutável em sua natureza e em seu propósito final, isso não significa que Sua imutabilidade seja uma imobilidade, as obras de Deus permanecem interminavel e com muitas variações (João 5:17). Os versos que falam sobre mudança ou arrependimento de Deus (Gn 6:6-7; Ex 32:14; I Sm 15:11,35; Jr 18:7

Divórcio II

Conversando com um casal de amigos surgiu a seguinte questão! Uma pessoa que se separou do primeiro casamento, deixando filho e mulher para constituir uma segunda família diante de Deus. Mas qual é a verdadeira família dessa pessoa? No primeiro momento respondi prontamente que a primeira família é a verdadeira, a original, usei como argumentação que o divórcio não estava no plano original de Deus para o homem e a mulher, mas que, por causa da dureza do coração do homem ele permitiu o divórcio (Mc 10:4). Entretanto se pensarmos dessa maneira estamos sendo legalista, pois Deus na sua infinita misericórdia, benignidade e graça pode fazer com que a segunda família seja muito mais abençoada que a primeira. Isso não quer dizer que por este motivo temos a justificativa para largar esposa e filhos do primeiro casamento para tentar ser feliz no segundo casamento. Não estou dizendo e nem criando justificativas para um segundo casamento, estou apenas analisando o que aconteceu com o Davi, hom

Novo casamento e a Graça

 C erta vez um homem casado, cristão, divorciou-se porque o amor havia acabado, então encontrou com uma irmã do seus sonhos, casou novamente e teve dois filhos, estava feliz com a nova família, até que certo dia meditando na palavra de Deus leu em Mat 5:32 - "Mas eu lhes digo: todo homem que mandar a sua esposa embora, a não ser em caso de adultério, será culpado de fazer com que ela se torne adúltera, se ela casar de novo. E o homem que casar com ela também cometerá adultério.", então achou que estava em pecado por ter casado novamente sem uma justificativa bíblica. Expôs seu problema para a atual esposa e disse que precisava resolver esta situação, que ele não podia ficar assim, que era errado. Procurou a primeira esposa e mostrou o texto de Mateus e convenceu a ex-esposa que estavam vivendo em desacordo com a palavra, portanto em pecado. Resolveram se acertar perante Deus, o homem largou a nova família, sua esposa e os dois filhos, sob pretexto de que precisava se arrepe