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Os Eleitos e a graça de Deus

 H oje vou começar uma série de artigos sobre a Eleição, Predestinação e o Livre-Arbítrio.

A doutrina da eleição é uma subcategoria da predestinação, é a idéia de que Deus escolheu alguns, antes mesmo da existência delas para serem seus filhos, Rom 8:29,30 e Efé 1:4. O oposto da da eleição é a reprovação, isto é, significa que os não-eleitos foram rejeitados por Deus e sofrem o castigo merecido pelos seus pecados. De acordo com este pensamento os não-eleitos foram predestinados ao julgamento eterno, entretanto admitir a reprovação seria culpar Deus pelo mal, e Deus não é responsável pelo mal (Tia: 1:13), apesar de permitir que o mal aconteça. Mas ele não é o agente do mal, o causador, ele apenas permite a ocorrência do mal, baseado no livre-arbítrio do ser humano, sobre este assunto estou preparando abordando o problema do livre-arbítrio.

O Calvinismo, é um sistema teológico que defende a doutrina da eleição, em contrapartida há os Arminiano que se opõe a esta doutrina, defendendo o ensino do livre-arbítrio do homem. Os defensores desta idéia acreditam na universalidade do evangelho, onde todo ser humano poderiam ser salvos se quisessem.


Reprovação ativa ou passiva com a idéia de que os não-eleitos sofrem um implacável julgamento eterno, sem a chance da redenção divina é totalmente contrário a mensagem do evangelho e a universalidade da missão de Cristo na terra, pois ela ignora que Cristo morreu por todos os homens, pois se há reprovação dos não-eleitos, então Cristo morreu apenas pelos eleitos, logo esta doutrina é imoral pois ignora a universalidade da mensagem do evangelho e o poder do amor de Deus para com a humanidade.

Não podemos ignorar o fato que a bíblia esta repleta de versículos que apontam para a eleição e predestinação: Abaixo alguns versículos que falam sobre a eleição e a predestinação;
como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor. Efé 1:4
pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama, foi-lhe dito: O maior servirá o menor. Rom. 9:11-13
Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo pelo teu nome; ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheças. Isa 45:4
nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade. Efé 1:11
A eleição se alicerça sobre a vontade divina e não sobre o mérito humano ou sobre a fé prevista (Efé 1:11 e João 15:16) , visa o cumprimento do propósito divino (Efé 1:11), estabelecida pela salvação pela graça.

A eleição foi determinada antes da fundação da mundo (Efé 1:4), exclusivamente pela vontade divina, independentemente da fé e das obras humanas, isso é a graça operando em nós antes da fundação do mundo. A eleição é propósito de Deus e não depende da escolha do homem, conforme esta escrito em II Tes. 2:13, os homens foram escolhidos por Deus para a salvação, mas isso não da permissão para entregarmos a impiedade, pois os frutos da piedade durante a vida comprovam a eleição (1 Tes 1:3-4), assim os eleitos estão com suas vidas entregue nas mãos de Deus e aos interesses d´Ele, além do fato que todo eleito contam com a presença do Espírito Santo, que assegura a frutificação da vida, então todo eleito é devem contar com os frutos do Espírito Santo, pois pelos seus frutos os conhecereis (Mat 7:16, Gal 5:22,23).

A eleição é a manifestação da soberania de Deus, independente da vontade humana, mas isso não significa em injustiça da parte de Deus, pois para alguns ele manifestou a graça divina em favor dos homens e em outros Ele simplesmente os deixou a vontade para decidirem conforme os desejos do coração humano. É nesse ponto que entra a mensagem da universalidade de Cristo, pois ele morreu por toda a humanidade sem excepção, então aqueles que primeiramente não foram predestinado, podem ser alcançado pela graça de Deus, isto é a universalidade do evangelho e a demonstração do poder de Amor de Deus para com todos os homens. Cabe porém ao ser humano, querer ser redimido pelo Criador através da mensagem da Cruz.

Podemos concluir que tanto a eleição, predestinação e livre-arbítrio convivem perfeitamente no plano de Deus, embora nossa mente limitada procure uma forma de conciliar estas doutrinas, para mim, que sou leigo, apenas creio que Deus elegeu alguns para o cumprimento do seus propósitos conforme dito acima, ainda assim creio que no livre-arbítrio como parte essencial do ser humano, mesmo que pareça ser o contrario no caso da eleição. Em Rom 8:28 está escrito que "todas as coisas cooperam para o bem daquele que ama a Deus", pois mesmo quando inicialmente tomamos uma decisão contra a vontade de Deus, ele já sabia que isso poderia acontecer, e também já preparou oportunidades para voltarmos ao centro da vontade de Deus, seria como se tivéssemos caminhando por um labirinto, por mais que as decisões no labirinto sejam nossas, no final iremos trilhar aquilo que já foi preparado pelo Pai, é claro que esta explicação é simplista demais, mas foi para mim a melhor maneira de ilustrar a verdade do livre-arbítrio e a eleição.

Graça e Paz!

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